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46º CBPP: Especialistas recomendam estratégia de transição segura para EFPCs com foco em oportunidades futuras
23/10/2025
Diante de um contexto macroeconômico desafiador que afeta desde as taxas de juros doméstica até as cadeias de produção do país, as Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) devem se preparar para adotar estratégias voltadas a um cenário que, para especialistas, é transitório. A Caixa Asset abordou o tema na palestra “Contexto Macroeconômico, Impactos e Perspectivas para os Investimentos em um Ambiente de Guerra Tarifária e Política Monetária em Processo de Flexibilização”, realizada no segundo dia do 46º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP).
A Gerente de Clientes e Negócios da Caixa Asset, Marcela Sayuri Murakami, ressaltou que a guerra tarifária dos Estados Unidos impulsionou um ambiente de maior risco e incertezas, enquanto a política monetária do país apresenta uma certa flexibilização, o que pode indicar a necessidade de adoção de estratégias de investimento voltadas a uma transição deste cenário macro.
Corroborando essa visão, Ramon Wiest, que é Economista-Chefe da Caixa Asset, pontuou que a questão tarifária assustou, gerando volatilidade no mercado financeiro dos EUA, mas que não chega a apontar para uma recessão. “O cenário ainda está dependente da questão tarifária, mas agora há maior clareza que os cortes de juros do Fed ainda não devem ser tão elevados, apesar de iniciar uma desaceleração”, disse.
A boa notícia, comentou Wiest,é a migração de fluxo de capitais para países emergentes, incluindo o Brasil, fortalecendo o real e gerando uma dinâmica mais favorável ao crescimento econômico interno. Devido à guerra comercial que afetou diversos países, a fuga do capital estrangeiro em títulos do tesouro nacional dos EUA enfraqueceu o dólar americano no primeiro semestre de 2025.
“O Brasil continua exportando aos parceiros comerciais, em que pese tenha sido punido pela política tarifária dos EUA, e o principal crescimento do nosso país é o vetor doméstico.Entretanto, com as taxas de desemprego nas mínimas históricas, há um efeito deletério na inflação, que é mais persistente”, ponderou.
Ele alertou que há ainda riscos fiscais que precisam de apertos para estabilização da dívida pública, e o Banco Central, nesse contexto, se posiciona de forma cautelosa no ciclo de flexibilização da política monetária, mantendo a taxa de juros em um patamar restritivo por mais tempo.
Nesse contexto de juros ainda altos, mas em trajetória de queda, Chrystian Faria, Estrategista de Investimentos da Caixa Asset, avaliou que para as EFPC os títulos pós-fixados se tornam mais atrativos. Além disso, ele aponta para o mercado de crédito com forte demanda, embora os spreads estejam baixos historicamente.
Faria também destacou o momento favorável para títulos pré-fixados, já que a curva de juros está fechando, permitindo travar investimentos em taxas atrativas antes de novas quedas. A inflação em processo de arrefecimento também torna as NTN-Bs interessantes, especialmente para quem marca os títulos na curva.
No que tange a renda variável, ele enfatiza: o cenário não é trivial. “Em épocas de muito risco como a atual, há uma série de incertezas em relação à economia dos EUA que fez os investidores diversificarem para outras geografias. Em outras épocas, em períodos de risco, o fluxo migraria para os EUA. Agora o movimento está diferente”, disse. Por isso, a alocação em bolsa se torna mais complexa, já que a alta que o Ibovespa registrou este ano decorre principalmente do investimento externo.
“Para o ano que vem é uma oportunidade, já que o fluxo estrangeiro deve continuar migrando para mercados emergentes, a precificação está favorável, com o índice preço/lucro (P/L) mais baixo, e as empresas apresentam balanços mais saudáveis, com endividamento reduzido”, avaliou Faria. Ele também destacou que a crescente demanda por tecnologia e inteligência artificial deve destravar investimentos no setor, impulsionando a performance das bolsas.
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