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46º CBPP: Juros devem cair no mundo, mas política fiscal no Brasil não permite grande flexibilização monetária, preveem especialistas
23/10/2025
Como o cenário macroeconômico em 2026 vai impactar os portfólios? Já que economia não é uma ciência exata, mas humana, que se atrela a fatores políticos e sociais, igualmente não existe uma resposta 100% exata. Porém, o mercado convive com algumas previsões mais consensuais, uma das quais é que os juros serão menores no mundo no ano que vem.
“Os Bancos Centrais dos países desenvolvidos já começaram a cortar juros”, observou Marianna Costa, Economista-chefe da Mirae Asset, expositora no painel “Juros em Queda, Incertezas Globais: Como os Fundos de Pensão Devem Reposicionar Portfólios”, que integrou a programação técnica do 46º CBPP em seu segundo dia (23/10).
O fator político fala alto nos Estados Unidos, prosseguiu Marianna, onde ocorre uma forte pressão do presidente Donald Trump por juros menores, o que é certo no curto prazo. Mas, e no longo prazo? “Não há garantia de que a parte longa da curva de juros irá se comportar da mesma forma”, afirmou a economista.
No caso brasileiro, a economista vê a Selic ainda “extremamente alta”, persistindo o cenário de aperto monetário. O quadro, porém, irá ceder – essa é a expectativa do próprio Banco Central. “O Banco Central projeta que a inflação vai convergir para o centro da meta, mas ainda não sabe em que velocidade”, avaliou. “Em algum momento o Banco Central vai adotar uma política monetária mais frouxa. Vamos ter juros menores nos próximos anos”, apostou Marianna.
No entanto, a política fiscal expansionista do governo não permite que se descartem novos apertos monetários. “As partes mediana e longa da curva de juros estão muito atreladas à política fiscal”, salientou Marianna Costa, e explicou: “A taxa neutra de juros talvez faça com que a Selic fique um pouco mais alta do que poderia no longo prazo. A parte longa da curva ainda vai dar um prêmio importante”.
Ao lado da Economista da Mirae, também como expositor, esteve o Gestor de Portfólio da Finacap Investimentos, Felipe Moura, que começou sua explanação com bom humor: “Tenho 12 minutos para convencer vocês a comprarem Bolsa”. Parece não existir hoje um ativo no Brasil melhor que a NTN-B Longa. Vocês estão alocados de longuíssimo prazo”, disse Moura, dirigindo-se a investidores institucionais.
Segundo Felipe Moura, a asset atua mediante “uma abordagem de expectativa, dominando os dados fundamentalistas, comparando os preços das ações no mercado em vendo o que ele nos diz”. “Montamos posições com convicção” enfatizou o gestor, cuja carteira, segundo ele, “negocia IPCA + 18%, com retorno nominal de 60 vezes em 20 anos”.
Ele observou que os prêmios de risco permanecem baixos, porém percebe-se “uma rotação para cima” nas economias emergentes, ou seja, os investidores voltam a redirecionar capitais para esses países, especialmente o Brasil.
O 46º CBPP é uma realização da Abrapp, UniAbrapp, Sindapp, ICSS e Conecta. Patrocínio Diamante: ASA, Evertec, Itajubá Investimentos. Patrocínio Ouro: Aditus Consultoria Financeira, Aon Consultoria, BB Asset, BNP Paribas Asset Management, Bradesco Asset, Galapagos Capital, Itaú, MAG Seguros, Mirae Asset, Principal Asset Management, REV Corretora, Safra, Santander Asset Management, SulAmérica Investimentos, XP Investimentos. Patrocínio Prata: Caixa Asset, Inter, MarketAxess, PFM Consultoria e Sistemas, Porto Asset, Trígono Capital, Vinci Compass. Patrocínio Bronze: Anbima, Az Quest, Consepro AI, Constância Investimentos, Fin4She, FRAM Capital, HMC Capital, Icatu Vanguarda, IIA Brasil, Investira, MAF Consultoria e Treinamento, MAPFRE Investimentos, Mirador Atuarial, Multifonds, Opportunity, Patrimonial Gestão de Recursos, Polo Capital, PORTO REAL, PRI, PRP Soluções, Real Investor, RJI Investimentos, TAG Investimentos, Tivio Capital, Vila Velha Corretora de Seguros, WEDAN Consultoria. Parceiro de Mídia: Gazeta Mercantil. Apoio Promocional: ABIPEM, Abrasca, ABRH, ABVCAP, ANABB, ANCEP, ANFIP Nacional, APIMEC Brasil, ASCPrev, B3, CRA-SP, FACPCS, FEBRABAN, FIAP, FIPECAFI, IBA, IBGE, Ibracon, PLANEJAR, Previpar, Tchê Previdência, UNIDAS.
(Paulo Henrique Arantes)

